Recebi a seguinte mensagem de um queridíssimo amigo meu, o Duza (Duardão):
Meus caros,
O verbete abaixo foi retirado da página 43 do livro “Dicionário Crítico de Política Cultural”, do professor Teixeira Coelho, da ECA/USP.
Qualquer identificação entre o analfabeto secundário tal como por ele descrito e boa parte das pessoas desse Brasil brasileiro é apenas imaginação de vocês. Esse analfabeto secundário deve ser coisa da Suécia, da Noruega (ou da Islândia, pensando bem...).
Beijos e abraços
Analfabeto secundário
“Indivíduo alfabetizado, com um grau de informação que pode variar do mais baixo ao mais especializado, capaz de decodificar informação visual e de servir-se de terminais eletrônicas, familiarizado, em suma, com as condições de existência num grande centro urbano contemporâneo, mas desprovido de uma visão cultural mais ampla de sua própria vida e do contexto social. É o produto de uma economia que não tem mais problemas de produção e sim de vendas, que não mais necessita de reservas de mão-de-obra pouco ou nada qualificadas e analfabetas, mas de consumidores qualificados a movimentar-se pela parafernália contemporânea. Caracteriza-se o analfabeto secundário por ter sua atenção desviada por trivialidades (os pseudo-eventos criados pela televisão, como as novelas, competições esportivas, etc.), orientar-se por uma sucessão de entretenimentos vazios e receber informações políticas sob a forma de comunicação espetacularizada. Próprio dos períodos em que o povo se transforma em público (o grifo é do autor), o analfabeto secundário é contemporâneo de uma época cuja cultura perdeu quase todo traço distintivo e deixou de ser prioridade pública. O analfabeto secundário não se encontra apenas nas camadas mais desfavorecidas da população: longe disso, integra, também, em proporção amplamente majoritária, os quadros da elite econômica e política. Sua mídia ideal é a televisão (esse grifo é do meu amigo)”.
19/03/2009
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